domingo, dezembro 03, 2006

Soneto antigo

De um lado trevas, d’outra parte luzes,
Tijolos crus, os afrescos suaves,
Combinam-se rosários e cruzes,
Ocultam-se temores nessas naves.

-Tu, padre, que na igreja me conduzes,
Dize-me, pois me medram tais entraves
No meu livre pensar (tu não me induzes):
Por que está Deus entre os temas mais graves?

-Deves temê-Lo, filho! Pensa assim!
Sua onisciência vê teus pecados,
Não queiras penas! Sê dentre almas puras!

-Temê-Lo? Como se incute isso a mim?
Enfrentá-Lo-ei, pois, se vê meus atos!
Como temer quem me espreita às escuras?

Um comentário:

Anônimo disse...

Só pq vc fico tristinho! :*** na bunda