quarta-feira, abril 29, 2009

Teu rosto

Na
....mono mono
....mono córdia
.....................rua
De liriofluente
teu rosto colírico:
policolibrisante 
pluriflumenflorindo
....alvo salvo
....de tudo de tudo

de mim papalvo
....de mim estulto

sábado, abril 25, 2009

Era uma vez

Era uma vez um escritor irlandês. Tinha certa fama, quando encontrou uma dançarina americana. Dias após, esta lhe escreveu, aquele a carta leu. Sugeria a dançarina: "teu e meu, um filho, imaginas? De mim herda a beleza, de ti a cabeça." O escritor da idéia não gostou, e então de prima retrucou: "Bonita a eugenia, assim como imaginas. Mas vai que fura? De mim, a feiúra, e de ti a criança me vem burra!"*

* Não acredites, tu que lês, que de mim vem a história que vês. Originalidade aqui não há nunca: a história é real; ela é Isadora Duncan, ele é Bernard Shaw.

sexta-feira, abril 24, 2009

Mulheres de Wonka

Argumento: as mulheres da ilha de Lemnos, amaldiçoadas por deixarem de prestar homenagem a Afrodite, ao saber que seus maridos voltavam suas atenções às jovens trácias que capturaram, mataram-nos todos, com exceção do velho rei Toante, pai de Hipsípila, o qual foi por esta abandonado no mar. Vivendo sós e sem possibilidade de ter filhos entre elas, para salvar as gerações dormem com os nautas do barco Argos quando eles, indo à Cólquida para recuperar o velocino de ouro, atracam na ilha, a fim de engravidarem. Hipsípile dorme com Jasão, nascendo deles Euneu. Se hoje fosse, mulheres e convidariam uma a outra à própria alcova. Às novas gerações dedicariam os meios artificiais de concepção, e nenhum nauta seria mais necessário.


Ah, de Lemnos cruéis divas da ilha
Verteram sangue do homem infiel,
E acumulam na morta viril pilha
A mácula da máscula alma ao céu.

Ao futuro da ilha, por ciúmes,
Assim lhe compromete o hediondo ato;
Cairão as folhas d’árvores dos cumes
E nova geração não terá o mato.

Hipsípila obrigada a Jasão pede
O arrego e lho convida ao próprio leito;
Assim o resto também delas cede
E tem aos nautas outros em seu peito.

Ilha de Lemnos, salva pela alcova,
O leite estranho salva a vida interna;
Que filhos este encontro então promova
É certo, que Euneu após Lemnos governa.

Fosse hoje o arrego outro seria:
O homem morto, largado ou castrado,
O mal que fosse, qualquer, tanto faria;
Que vale o homem tanto quanto o gado.

Seja traída ou traia essa mulher,
Também importa pouco hoje em dia;
Mulher de tudo faz e tudo quer,
De Lemnos tem a força, a ousadia.

E mais ainda tem sob o seu pano,
A tez macia, o lábio mel... a bronca!
Traída? Decidida na Trajano
Outra mulher se a vê beijar no Wonka.

Ao futuro do mundo, por ciúmes,
Assim lhe compromete o divo ato?
Nunca, pois a ciência, novos lumes,
A nós homens prescreve um novo fato:

Essa inútil, vã raça: somos nada!
Elas a tudo tem, como a proveta;
E os filhos vêm a rodo da parada,
Sem precisar de nautas a...

quarta-feira, abril 22, 2009

A negatividade e a crítica a Heidegger

Se o espírito (Geist) é o negativo, isso significa que nunca é próprio do Dasein (ser-aí, ou, grosso modo, o homem), na medida em que o Dasein jamais pode reivindicá-lo como seu. Entretanto, isso que nunca pode ser próprio é o que constitui o Dasein, uma vez que o Dasein está nele - no espírito - abandonado à própria sorte, ou seja, nisso que não lhe pertence mas do que não pode subtrair-se. Este é o fundamento-negativo do Dasein, o ente fundado no nada. Heidegger critica a dialética hegeliana por, apesar de apontar tal negatividade, não se perguntar nem fundar dialeticamente o sentido do não. Heidegger também não o torna ontologicamente claro, mas se pergunta se é tão óbvio que o não esteja calcado apenas na privação da sua contraparte positiva. Presumo que ao se perguntar o sentido do não, Heidegger pode ter em mente justamente uma dialética de inspiração heraclitiana, segundo a qual o negativo não está fundado apenas na privação, mas também no fato de que, sendo não, é fundamento (irresponsável?) do Dasein. O Dasein é o seu não, pois o experimenta como não. A negatividade não é mera privação do seu termo positivo, mas o fato positivo de ser essa negação e assim fundamento da positividade. Explico: o que é sua negação, se não o tivesse por negação, positivar-se-ia, dando lugar a uma anulação ou uma indiferença da sua contraparte positiva, no que se fundamenta a não-pertinência. Assim é que o Dasein se constitui primeiramente pela sua negatividade imprópria - o espírito - e, caso supere a impessoalidade da falação decadente e assuma a responsabilidade pelo seu ser, pela sua negatividade própria - a morte.

Se compreendo a crítica que o Fernando Marcelino faz a Heidegger - e tenho que pôr aqui o 'se compreendo' porque esses meus amigos falam difícil! - devo concordar, mas como sempre em termos. Já existe uma justificação de Heidegger que virou frase feita mas que vale a pena citar: a sua filosofia não impeliu para (no caso da frase feita, o nazismo), mas também não o previniu de. Acredito que a crítica se fundamenta no fato de que Heidegger, a partir da negatividade da herança do estar-lançado do Dasein - ao que faço paralelo ao espírito de Hegel -, postula que o Dasein está entregue à responsabilidade do próprio ser, devendo abrir-se ao porvir e ao porvir mais próprio, a morte - a possibilidade da impossibilidade absoluta. Assim, jogado à própria responsabilidade, dependeria do Dasein, e só dele, fazer-se o que é. Parece-se ignorar, assim, a dimensão social de que depende para a emancipação e que a responsabilidade não se esgota no próprio ser, mas também no ser do outro. Ainda segundo creio, falta a Heidegger esse programa emancipador - o que não faltou a Marx - a fim de que o Dasein não esteja apenas jogado à própria sorte, mas também seja responsável pela herança do estar-lançado do outro, uma vez que sua(eu) ação/discurso tem potencial de influir no espírito. E assim, responsável pela herança do estar-lançado do outro, deve o Dasein que se abre à negatividade própria possibilitar que o outro também se abra à negatividade própria, emancipado.

Concordo sim, mas apenas no sentido de que Heidegger não explorou devidamente tais consequências - ou pelo menos não explicitamente. Em primeiro lugar, o filósofo não parece ter se proposto a realizar uma análise conteudística - ou materialista - de como se poderia obter a emancipação, em que estruturas se deveria mexer. Em segundo lugar, quando fala que o Dasein está-lançado e deve tomar a responsabilidade do próprio ser, é preciso lembrar que antes, ao descrever o ser-no-mundo, Heidegger coloca como existencial do Dasein o fato de que ele é-com-o-outro desde sempre - a negatividade do espírito é a maior prova disso, pois não pertence propriamente ao Dasein, mas ao Outro inidentificável. Ou seja, quando se fala que o Dasein deve ter responsabilidade pelo próprio ser, isso implica que deve ter responsabilidade pelo outro, pois ele não é para depois ser-com. Daí se pode concluir que a analítica existencial de Dasein impõe que este, ao assumir seu estar-lançado, deva preocupar-se com o estar-lançado do outro, de modo que haja as condições que possibilitem o abrir-se para o que lhe é mais próprio e autêntico, a morte.

Pois Heidegger mesmo diz, optando já pelo segundo modo positivo extremo do ser-com:

No tocante aos seus modos positivos, a preocupação possui duas possibilidades extremas. Ela pode, por assim dizer, retirar o 'cuidado' do outro e tomar-lhe o lugar nas ocupações, saltando para o seu lugar. Essa preocupação assume a ocupação que outro deve realizar. Este é deslocado de sua posição, retraindo-se, para posteriormente assumir a ocupação como algo disponível e já pronto, ou então dispensar-se totalmente dela. Nessa preocupação o outro pode tornar-se dependente e dominado mesmo que esse domínio seja silencioso e permaneça encoberto para o dominado. Essa preocupação substitutiva, que retira do outro o 'cuidado', determina a convivência recíproca em larga escala e, na maior parte das vezes, diz respeito à ocupação do manual.

Em contrapartida, subsiste ainda a possibilidade de uma preocupação que não tanto substitui o outro, mas que salta antecipando-se a ele em sua possibilidade existenciária de ser, não para lhe retirar o 'cuidado' e sim para devolvê-lo como tal. Essa preocupação que, em sua essência, diz respeito à cura propriamente dita, ou seja, à existência do outro e não a uma coisa de que se ocupa, ajuda o outro a tornar-se, em sua cura, transparente a si mesmo e livre para ela.

Ser e Tempo, §26

terça-feira, abril 21, 2009

A Morte de Lindóia

Um frio susto corre pelas veias
De Caitutu, que deixa os seus no campo;
E a irmã por entre as sombras do arvoredo
Busca co'a vista e teme de encontrá-la.
Entram enfim na mais remota e interna
Parte de antigo bosque, escuro e negro,
Onde ao pé de uma lapa cavernosa
Cobre uma rouca fonte, que murmura,
Curva latada de jasmins e rosas.
Este lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores.
Tinha a face na mãe e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto,
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia e cinge
Pescoço, e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e apresse, no fugir, a morte.
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco e quis três vezes
Soltar o tiro e vacilou três vezes,
Entre a ira e o temor. Enfim, sacode
O arco e faz voar a aguda seta,
Que toca o peito de Lindóia e fere
A serpente na testa, e a boca, e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo co'a ligeira cauda
O irado monstro, e, em tortuosos giros,
Se enrosca no cipreste, e verte envolto
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva no braço a infeliz Lindóia
O desgraçado irmão, que, ao despertá-la
Conhece, com que dor!, no frio rosto
Os sinais do veneno e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua
Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.

Basílio da Gama, O Uraguai, IV, 140-186


Percebam o grau imagético de tal pintura: a lasciva morte por uma serpente, ao centro dum Éden, inoculando no seio de uma índia o remédio contra a melancolia que lhe impôs Amor. O pagão junta-se à serpente que desviou os homens do delicioso jardim da aurora dos tempos; a nudez marca o seio da bela e triste Lindóia com os dentes duma cobra, que após, máculas da perversão, lhe pinta com o negror de sangue e veneno; tudo isentado de culpa no pathos de Amor e na ignorância selvagem dos tapes dominados pelo temoribundo discurso dos jesuítas.
Quem souber fazê-lo, é um favor à literatura brasileira pintar a Lindóia.

sábado, abril 18, 2009

Bilhete aberto ao inventor do alarme de carro

Senhor Filhadaputa,

Sugiro que bote alarme na calcinha da sua mulher, seu corno. Custava inventar um timer praquela merda, ô infeliz?

Cordiais saudações,

Um insone.

quinta-feira, abril 16, 2009

Carolagens

Diz o ateu, em seu juízo,
o acompanha o iconoclasta:
mas que merda! - e com siso
manda à merda a gente casta.

Ao caralho o tal pudor!
Ao caralho aquele cristo!
A paixão, o perdão, o amor,
a virtude, o mais benquisto!

Mas pudor maior quem tem
de evitar o que é sagrado?
É moderno aquele quem,
a gritar despudorado,
a sagrada ordem desdém
por amor ao indeificado?

Medo tem de assim citar
a sagrada, a escritura;
de a beleza concordar
ter a santa escrita pura.

Por pudor é que assim agem,
sendo assim conservadores,
mais que os que à santa imagem
são os povos devedores.
--------//--------

Escrevi-o para dizer que é impossível, mesmo para o ateu bruto e convicto que adora atacar a tradição religiosa pelo embrutecimento do homem no passado e a subjugação do ignorante no presente, não sentir a beleza de versos como os que seguem. Atacá-los, os versos, pela estúpida devoção é coisa de iconoclastas estúpidos, que vem estupidez em toda forma de adoração, sendo estupidamente devotados ao ofício de maldizer o que é - cristianamente, e só o que é cristão parece ser assim estupidificável - sagrado. Está dentre as mais belas estrofes dos poucos sonetos que já li:

"A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados"
Gregório de Matos

quarta-feira, abril 15, 2009

À psique dai-me o pseudo epíteto

À psique dai-me o pseudo epíteto;
outros convindo dai também.
E saberei que este meu espírito
a vós tão pouco vos cai bem.

Por que será que isso se dá,
que em se me dando nomes tantos
mal tenho eu o meu, que cá
muitos a mim dais co'estes cantos?

Acaso falam vosso motivo
de ter em mim em conta vil,
e justo creio o vosso vivo
rancor que veio e desuniu.

Evitar não posso de mesa
vossa me esbaldar: sim as quero,
sim as tenho e, sim!, co'a beleza
delas homem sou, e homem vero.

Se por mesa tendes a elas,
as que eu tenho por tão mulheres,
justo é então que ao metê-las
tenha-as eu mais que já pudéreis.

E justo é que maldigais
de porco traia, inseto mau,
ou, se faltam-vos os animais,
de pseudointelectual.

terça-feira, abril 14, 2009

Era uma vez

Era uma vez um rei que a cada ano convidava um plebeu para passar o dia em seu castelo servindo-se de tudo que ali houvesse. Numa das oportunidades, o plebeu da vez recusou, por temer que, caso aceitasse o convite, a partir dali considerasse que os dias passados foram infaustos. O rei, benevolente, compreendeu. Mandou saquear-lhe a casa, matar-lhe os filhos e escravizar-lhe a esposa. Transformou-o em apátrida e o expulsou da cidade. Desde então, o homem jamais teve dúvidas de que seus dias até então foram realmente faustos.

sábado, abril 11, 2009

Em versos rápidos
sincero se inscreveu
Amor.

Porque a rejeitar
os não-me-toques
da pompa

esteve a desejar
seu corpo mais que
sua imagem;

seus lábios e seios
e o rabo-de-olho por
que olhava

mais que o virgem
belo enleio que a pre-
cedeu.

terça-feira, abril 07, 2009

Bartolomeu de Las Casas

Quando os espanhóis perguntavam aos índios se eram cristãos, o índio respondia: 'Sim, senhor, já sou um pouco cristão, pois já sei mentir um pouco; um dia saberei mentir muito e serei muito cristão'.


Refletindo, obviamente, o mito do bon sauvage, Las Casas não revela nada sobre os índios. Apenas sua situação marginalizada é que nos permite pensar que não havia mentira entre eles - é tolo pensar no índio como o homem bom. Não creio ser o caso. Como diz Todorov: "não podemos conceber uma linguagem sem a possibilidade da mentira, assim como não há palavra que ignore as metáforas. Mas uma sociedade pode favorecer, ou, ao contrário, desencorajar completamente toda palavra que, em vez de descrever fielmente as coisas preocupa-se principalmente com seu efeito, e desconsidera, pois, a dimensão da verdade". Las Casas revela, isso sim, algo sobre os cristãos e sobre a racionalidade renascentista: o cristão, ao aplicar a razão no lugar da tradição para justificar a crença, torna-se fluido, adapta-se às circunstâncias conforme as conveniências a fim de que Deus esteja, ao fim e ao cabo, na retaguarda de suas ações - a retórica do padre Vieira, na sua inigualável beleza com efeitos muito bem sucedidos, é um bom exemplo disso. Muito semelhante ao proceder político em que a verdade factual é o menos importante: fiat iustitia, et pereat mundus... Mundo, no caso, como habitação ou familiaridade do ser-aí, que no conflito, na assimetria com o outro (o espanhol contra o mexicano) significa aniquilação. Para não perecer o mundo, este mundo, esqueça-se a justiça, mas lembre-se de Deus. Sua graça suprema e verdade infinita nos fundamenta e legitima.

Cena Cinza

A cena é o finito do palco. Corta o horizonte trágico nas escadarias dos palácios de onde emanam as mortes dos nobres. A cena é o tempo: o atemporal que nos temporaliza, a nos impor a triste ou jubilosa condição da nossa finitude, a condição de que todos os estados de coisas – todos os sentidos – são efêmeros. A cena é o Hades.

A cena propõe o entendimento. A cena localiza. A cena é a lucidez do protagonista, sua pertinência, para onde convergem as ações e de onde parte o futuro. Sem cena, não há porvir; sem cena, o eterno é apatia, é tédio, o sempre-igual do sempiterno. A cena é o fim, como fim que interrompe o curso das coisas, mas também como fim que o curso das coisas deseja. A cena é o Céu.

No fim, o que foi são cinzas. Cinzas, escombros do passado que não tornará a ser, senão como fantasma eternamente recorrente na sua indefinível cor de cinzas, o cinza do espírito que se disfarça em nossas palavras e feições.

E se a cena é cinza? O fim do horizonte se camufla com passado e nos oferece nada. Melhor, oferece o nada, e não apenas nada. Eis que o passado com que se une é o nosso próprio, anunciando nossa futura finitude. O nada nos localiza: na corda sobre o abismo, oferta-nos inexorável e generosamente a reflexão. A cena cinza não dá repostas – tudo está cinza! –, obriga-nos a buscá-las antes que o nada concretize sua ameaça.

Porque estamos no horizonte demasiadamente aberto, perdemos os sentidos. A cena cinza perturbará, não porque nos colocará no nosso lugar, mas porque já estamos nele sem perceber. Ela espelha, mas não multiplica os homens.

domingo, abril 05, 2009

Brasil

...e Jerônimo abrasileirou-se.
Aluísio Azevedo

madeira de labareda:
vermelha rubra brasa
abrasado fogo da cumeeira
vermelha velha telha
do róseo sol que bruxuleia
ao rútilo mar da sexta-feira