....mono mono
....mono córdia
De liriofluente
teu rosto colírico:
policolibrisante
....alvo salvo
....de tudo de tudo
de mim papalvo
....de mim estulto
Que flauta insiste na sonatina sem piano em hora de silêncio regulamentar?
No tocante aos seus modos positivos, a preocupação possui duas possibilidades extremas. Ela pode, por assim dizer, retirar o 'cuidado' do outro e tomar-lhe o lugar nas ocupações, saltando para o seu lugar. Essa preocupação assume a ocupação que outro deve realizar. Este é deslocado de sua posição, retraindo-se, para posteriormente assumir a ocupação como algo disponível e já pronto, ou então dispensar-se totalmente dela. Nessa preocupação o outro pode tornar-se dependente e dominado mesmo que esse domínio seja silencioso e permaneça encoberto para o dominado. Essa preocupação substitutiva, que retira do outro o 'cuidado', determina a convivência recíproca em larga escala e, na maior parte das vezes, diz respeito à ocupação do manual.
Em contrapartida, subsiste ainda a possibilidade de uma preocupação que não tanto substitui o outro, mas que salta antecipando-se a ele em sua possibilidade existenciária de ser, não para lhe retirar o 'cuidado' e sim para devolvê-lo como tal. Essa preocupação que, em sua essência, diz respeito à cura propriamente dita, ou seja, à existência do outro e não a uma coisa de que se ocupa, ajuda o outro a tornar-se, em sua cura, transparente a si mesmo e livre para ela.
Ser e Tempo, §26
Um frio susto corre pelas veias
De Caitutu, que deixa os seus no campo;
E a irmã por entre as sombras do arvoredo
Busca co'a vista e teme de encontrá-la.
Entram enfim na mais remota e interna
Parte de antigo bosque, escuro e negro,
Onde ao pé de uma lapa cavernosa
Cobre uma rouca fonte, que murmura,
Curva latada de jasmins e rosas.
Este lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores.
Tinha a face na mãe e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto,
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia e cinge
Pescoço, e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e apresse, no fugir, a morte.
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco e quis três vezes
Soltar o tiro e vacilou três vezes,
Entre a ira e o temor. Enfim, sacode
O arco e faz voar a aguda seta,
Que toca o peito de Lindóia e fere
A serpente na testa, e a boca, e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo co'a ligeira cauda
O irado monstro, e, em tortuosos giros,
Se enrosca no cipreste, e verte envolto
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva no braço a infeliz Lindóia
O desgraçado irmão, que, ao despertá-la
Conhece, com que dor!, no frio rosto
Os sinais do veneno e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua
Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.
Basílio da Gama, O Uraguai, IV, 140-186
"A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados"
Gregório de Matos
Quando os espanhóis perguntavam aos índios se eram cristãos, o índio respondia: 'Sim, senhor, já sou um pouco cristão, pois já sei mentir um pouco; um dia saberei mentir muito e serei muito cristão'.
...e Jerônimo abrasileirou-se.Aluísio Azevedo