que perverte tudo.
E depois chupa sorvete
e depois fala
do tempo
do amor
do jogo
do dia
em que vai ser rica
em que vai ser livre
em que vai ao médico
em que vai fechar
e começar o regime.
Mas a segunda-feira não chega
o estetoscópio não basta
a loteria acumula
a lei d'ouro não vem
e é ainda uma boca
e é ainda escondida
no dia após dia
e é ainda uma voz
que fala e se cala
e se finge paisagem
e ainda é uma boca
não passa de boca
não passa de nada
não mais - coitada! -
que o mundo invertido
no ilógico espelho
que o velho destroça
e o sentido suspende.
Boca, não boca,
porque todos têm.
Boca, não boca,
porque a tua não têm.
Boca, só boca,
fingindo o só.
Boca, tão boca,
pãozinho de ló.
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