- Insolência!
o solo em sal
a sala aberta
- silêncio seco -
na suma sorte
daqui do centro
Absurdo!
Na urbe-mundo
vazio urdido
útero mudo
fendido muro
do hiato surdo.
Que nojento!
Baldio terreno
pro molambento!
O ermo laço
É o crasso termo do
Governo lasso.
Que avista
O capitalista
E nele invista
Concreto e ferro.
Que construa
Patrola e grua
Até a lua
O prédio, o cerro.
- De que adianta
Pedra e manta
A cobrir a pança
Da mansa terra?
A vista é rança:
O prédio a enterra.
E o horizonte?
Que é da ponte
Do olho ao céu?
É tal labéu
Que é a fonte
Do teu laurel?
Pois esta tinta
É toda cinza
E este vidro
Reflete o cinza
No fundo cinza
Do centro cinza.
Ah, que praça
Ah, que casa
Ah, o que faça:
Não vale nada.
Vale o prédio
O vidro nédio
O vil assédio
Da patacada.
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2 comentários:
Bravíssimo.
Pq vc não enviou este para a Folha?
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