La calunnia è un venticello,
un'auretta assai gentile
che insensible, sottile,
leggermente, dolcemente,
incomincia a sussurrar.
Piano piano, terra terra,
sottovoce, sibilando,
va scorrendo, va ronzando;
nelle orechie della gente
s'introduce destramente,
e le teste ed i cervelli
fa storidre e fa gonfiar.
Dalla bocca fuori uscendo
lo schiamazzo va crescendo
prende forza a poco a poco,
vola già di loco in loco;
sembra il tuono, la tempesta
che nel sen della foresta
va fischiando, brontolando
a ti fa d'orror gelar.
Alla fin trabocca e scoppia,
si propaga, si raddoppia
e produce un'esplosione
come un colpe di cannone,
un tremuoto, un temporale,
un tumulto generale,
che fa l'aria rimbombar.
E il meschino calunniato,
avvilito, calpestato,
sotto il pubblico flagello
per gran sorte va a crepar.
[A calúnia é como um vento
uma brisa quase gentil
que insensível, sutil,
levemente, docemente,
começa a sussurrar.
Pouco a pouco, rastejando,
em voz baixa, sibilando,
vai correndo, vai zumbindo,
nos ouvidos da gente,
introduz-se astutamente,
e as cabeças e os cérebros
deixa aturdidos e incados.
Saindo da boca,
o rumor vai crescendo,
ganha força, pouco a pouco,
vai voando de um lugar a outro;
parece um trovão, uma tempestade
que do seio da floresta
vai assobiando, retumbando,
e faz você gelar de horror.
Por fim, transborda e arrebenta,
propaga-se e se multiplica,
produzindo uma explosão
como um tiro de canhão,
um terremoto, um temporal,
um tumulto geral,
que faz o ar retumbar.
E o infeliz, caluniado,
desprezado, esmagado,
sob o público flagelo,
achará que morrer é uma grande sorte.]
Trad.: Mariana Portas
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