Poema ampliado, originalmente surgido como comentário a um post do Zen.
é morta, Fernando,
e eu não me conformo.
Parece não houve
vivalma em velório,
nem lenço, nem vela.
Vi-a ontem matreira,
cupida cupida,
frechando nos peitos;
e erguendo sonante
as vozes dos homens
nas praças e jaulas;
e, quem nos diria?,
o fogo botando
nos vãos sutiãs!
Mas hoje, Fernando,
É morta, é morta,
e eu não me conformo.
Ninguém não a chora
e há quem comemora
(um povo sisudo,
os puros de ternos,
das letras e números,
dos fins da história).
Mas conto pra ti,
se louco não sou,
que não acredito.
Está nos jornais,
se diz por aí,
mas não acredito.
Pois rostos eu vi
do pobre e mendigo,
do preso e vilão.
O lado era o outro
de tudo que vige,
do sim era o não.
Ou bem que ela vive,
ou bem que os fantasmas
que rondam Europa
chegaram aqui
e lá, cá e ali,
e a tudo que é canto,
e botam na gente
a pulga do ouvido
que insiste num canto
de que algo é errado
num mundo homogêneo
que por qualquer coisa
suspende os princípios
pro bem do figura,
pro mal do indigente.
Que é morta, Fernando,
aceitam os papéis,
a vida dissente.
Pois sim ela vive,
e já isso sabem
os que não a choram.
E os que comemoram
inventam verdades
pra ter no que crer.
Um comentário:
EXCELENTE, cara!!!!! Esse é meu guri!!!!!!!!!!!!!!!
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