Tradução minha do canto Para Cítara, do poeta grego Anacreonte (563-478 a.C.). A transliteração do grego é arbitrária, e a ela me obriguei porque o blogspot não tem fonte de letra grega.
EIS KITHARAN
Thélo légein Atréidas,
Thélo dè Kádmon áidein;
Ha bárbitos dè khordaîs
Érota moûnon ekheî.
Émeipsa neûra próen,
Kaì tèn lýren ápasan.
Kagó mèn êidon áthlous
Herakléous: lýre dè
Érotas antephónei.
Khároite loipòn hemîn
Héroes; he lýre gár
Mónous érotas áidei.
***
PARA CÍTARA
O Atrida quero cantar,
quero a Cadmo dar a loa;
mas o bárbito* que é teimoso
só amor na corda ecoa.
Há pouco troquei as cordas
e também a lira toda.
Mas se d’Héracles eu canto
as lutas, insiste a lira
e de novo o amor entoa.
Dos heróis, daqui p’ra frente,
me despeço: co’essa lira
só de amor se tira o verso.
*Bárbito é um instrumento semelhante à lira, mas com cordas mais compridas e de som mais grave.
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Um comentário:
Longe de duvidar de seu trabalho, mas sua tradução me fez lembrar "O homem que sabia javanês" de Lima Barreto, já que arrisco dizer que a totalidade dos leitores do reduto mal lembram as letras gregas que usavamos nas fórmulas de física do segundo grau.
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