Já agora posso saber
E até ter a pretensão
De existir:
Eu falto a ela! E outra vez:
Falto! - a prova primeva
De que sou
(Mesmo que não mais, não mais
Que uma saudade, não mais
Que não mais,
A estrangular o peito
Bem mais que gentil, bem mais
Que bem mais,
Em que estou falto e sou farto e
Forte que nem uma falta).
.
Serei gênio jamais lido
(E acaso o fosse, não mais
Gênio, mas
O impostor dessa gélida
Melancolia insanguínea da
Frustração).
Núncio das patentes sem
Invenção alguma para
Dar-lhe um nome.
Aquele que se vê agora
Na esquina a ver a história
Que ali vai
Furando sinais ao largo
De sua presença curta.
.
Serei o que morre – mas não!
Serei um que morre, um mais
Que morre sob o epigrama
De papéis cartoriais.
.
(Mas falto – e já sou mais.)