*Chave cretina é assim: "ah, é? não deu? Pois vai dar!" Aí sai o que saiu; e, de preferência, que se arranje uma defesa de rábula para cada opção tradutória. De sorte que se possa provar, se demandado, que a lorpice é consciente e que ainda há laivos de (má) inteligência nos neurônios do século. A estética da cretinice, mais cínica que Diógenes pouco-se-lhe-dando Lula, o Cara, vaticino e vitupero, ainda vira Arte.
Já fizera uma tradução cretina de Arquíloco aqui. Mas esse poeta, que ao cantar um estupro goza com um "λευκ]ὸν ἀφῆκα μένος / ξανθῆς ἐπιψαύ[ων τριχός" (jorrei uma força branca/tangendo seu cabelo loiro), já cretinizou de antemão todos os seus possíveis tradutores; bem ao contrário da sutilíssima Dickinson, aqui espinafrada.
If I can stop one heart from breaking,
I shall not live in vain;
If I can ease one life the aching,
Or cool one pain,
Or help one fainting robin
Unto his nest again,
I shall not live in vain.
Se acaso evito um broken heart,
Não vou viver em vão;
Se acalmo a vida o latejar,
Ou sopro um vergão,
Ou faço repassarinhar
A rola queda ao chão,
Não vou viver em vão.
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