Ao homem que é deus de tudo
pouco resta.
E no restar pouco um lampejo de angústia
se manifesta.
Cataloga, calcula, conhece, compra e vende,
descansa e festa.
Até que o resto que era não é mais
e qual toada de suave seresta
se irmana e harmoniza com tudo,
com cada coisa, entre cada fresta.
E se acomoda nas palavras, nos poemas, nas
canções de gesta.
Dorme como dorme o homem a dormir na
vida em sesta.
Como senhor das coisas e dos nomes, a quem
nada presta.
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