sábado, abril 09, 2011

Filoctetes de Sófocles, versos 446-452

         ἐπεὶ οὐδέν πω κακόν γ' ἀπώλετο,
ἀλλ' εὖ περιστέλλουσιν αὐτὰ δαίμονες·
καί πως τὰ μὲν πανοῦργα καὶ παλιντριβῆ
χαίρουσ' ἀναστρέφοντες ἐξ Ἅιδου, τὰ δὲ
δίκαια καὶ τὰ χρήστ' ἀποστέλλουσ' ἀεί.
Ποῦ χρὴ τίθεσθαι ταῦτα, ποῦ δ' αἰνεῖν, ὅταν
τὰ θεῖ' ἐπαινῶν τοὺς θεοὺς εὕρω κακούς; 

          Não se destrói nenhum dos males,
senão que bem os vestem os demônios.
E assim como, felizes, os corruptos
e embusteiros levantam-se do Hades,
os pios e justos sempre se abandonam.
Como aceitá-lo, como consenti-lo,
se os deuses que o aprovam eu deploro?


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O que lembra os versos de Hopkins:

Thou art indeed just, Lord, if I contend
With thee; but, sir, so what I plead is just.
Why do sinners' ways prosper? and why must
Disappointment all I endeavour end?


Senhor, és justo, eu sei, mas se te ouso agora
Contraditar, também é justo este meu pleito.
Por que somente o mau prospera e sempre gora
Meu sonho de florir, desolado e desfeito?
(Trad. Augusto de Campos)

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